A Câmara Municipal de São Paulo votará nesta quarta-feira (22) um projeto de lei que proíbe o uso de animais em atividades desportivas que envolvam apostas. Se aprovado e sancionado, o texto poderá colocar fim às corridas de cavalos organizadas pelo tradicional Jockey Club de São Paulo.
De autoria do vereador Xexéu Tripoli (PSDB), a proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa (CCJ) da Casa no ano passado e agora irá ao plenário, onde precisa receber o aval da maioria simples dos parlamentares.
Uma segunda votação ainda será necessária antes de o texto ser encaminhado para a sanção do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
“É uma questão de não ter mais animais para entretenimento humano, esse é o foco da mensagem”, afirma Tripoli, também autor de um projeto que virou lei e veda a criação de novos zoológicos e aquários na capital paulista.
“O meu intuito não é trabalhar com a questão do jogo [de azar], mas da proteção animal. Não podemos usar a tradição para sacrificar animais. O México está acabando com as touradas, que é uma questão de tradição deles.”
O vereador tucano diz que irá se mobilizar para que o projeto seja votado em dois turnos pela Câmara Municipal ainda neste ano, afirmando ainda que não espera qualquer tipo de resistência à proposta. “Não tem oposição à esquerda nem à direita”, afirma Tripoli, ao falar da causa animal.
“A gente quer proibir corridas de cavalo na cidade de São Paulo, não importa onde seja. Como o Jockey é o lugar onde se faz corrida, é o chamariz”, acrescenta.
Localizado na zona oeste da capital, o clube abriga desde 1941 o hipódromo da Cidade Jardim. Atualmente, há propostas para que o terreno de quase 600 mil metros quadrados seja transformado em um parque.
Estima-se que o Jockey paulistano tenha uma dívida de cerca de R$ 400 milhões em IPTU e de R$ 240 milhões de ISS. A cobrança é questionada pelo clube na Justiça.
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Link para o Projeto de Lei 691/2022